Achei este texto tão lindo que decidi transcrevê-lo para aqui. No site original há uma foto belíssima que ilustra o texto. Vão lá ver que vale a pena.
Ah, e leiam também os comentários, que há lá um segundo texto sobre o mesmo tema mas visto de outra perspectiva.
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Olha para o relógio. É tarde.
Fica aborrecida por nunca dar pelo passar das horas.
Não tem ninguém à sua espera.
Não tem qualquer compromisso agendado.
Não tem comida no frigorífico. Nem animal para alimentar.
Começa a sentir o vazio da solidão. Optou por viver uma vida independente, sozinha, com relações esporádicas mas sente que lhe falta algo de substancial.
Olha pela janela e vê a Lua. Quase cheia.
Desliga o computador, apaga as luzes e fecha a porta.
É sempre a última a sair.
Desce a rua olhando para as montras.
Os saltos dos sapatos ecoam na antiguidade das paredes brancas.
Cruza-se por um grupo de jovens que vão cantando a música do momento. Sente uma enorme nostalgia. Apetece-lhe dançar mas não tem com quem. Não se sentiria bem se fosse a um bar sozinha.
Ao dirigir-se para o carro o salto do sapato fica preso na calçada. Embaraçada e atrapalhada não vê outra solução senão descalçar-se para o conseguir tirar.
Quando se baixa para tirar o sapato repara que alguém já o tinha feito e vê o seu sapato na mão de um completo desconhecido.
Olham-se. Ela fica com a tez rosada pelo nervosismo.
Ele segura-lhe na mão para a ajudar a calçar-se e diz-lhe:
- Parece que finalmente encontrei a minha cinderela.
Ela prontamente responde:
- Parece que finalmente encontrei quem me vai levar a dançar.
in Aliciante
terça-feira, abril 19
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