Crash
Já tinha ouvido falar deste filme e confesso que logo me deixou curioso. Não é todos os dias que assim de repente se começa a ouvir falar, e bem, de um filme que não teve uma promoção publicitária por aí além. Isso normalmente só quer dizer uma coisa: um bom filme. E neste caso é mesmo.
O tema é o do racismo na América, mas podia ser no nosso país que não era muito diferente. O racismo entre cores diferentes mas também o que existe entre pessoas da mesma cor. Tudo tratado com uma grande subtileza. A tal ponto que uns "bacanos" que estavam na fila atrás deviam pensar que estavam a ver uma comédia, pois passaram todo o filme a rirem-se do que estavam a ver. Ou então estavam tão incomodados com o que estavam a sentir que utilizavam o riso como forma de escape. Já vi acontecer o mesmo numa sessão do Closer por exemplo.
Mas este facto fez-me relembrar o porquê de eu ir a sessões vespertinas, preferencialmente não na primeira semana de exibição do filme. É que eu de facto gosto de cinema, não pura e simplesmente de "ir ao cinema". As pipocas eu tolero, apesar de não aderir, agora o constante trecatrecatreca uns com os outros, o atender telemóveis e tudo o mais é que já me faz comichão ao cérebro.
Até porque este não é um filme para isso. É subtil, obriga a pessoa a pensar. Faz rir (sim, tem momentos divertidos), mas também faz chorar, deixa-nos colados à cadeira mas por vezes com vontade fugir.
Para quem viu o Magnólia fica o aviso de que o enredo segue a mesma linha. Várias histórias isoladas que aos poucos se vão unindo, numa história global.
"Moving at the speed of life, we are bound to collide with each other"
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